sábado, 21 de abril de 2012

História do Esporte - Na Antiguidade


O esporte na Antiguidade

Mesmo que o termo esporte fosse desconhecido na Antiguidade, as atividades físicas praticadas nessa época são semelhantes às manifestações que nós chamamos hoje de esportes. Essas atividades estão presentes em vários períodos e regiões da Antiguidade. Civilizações como o Egito e a China já conheciam alguns esportes, mas essas atividades se propagaram em sua plenitude na Grécia Antiga.

A China talvez seja a civilização possuidora da mais antiga história do esporte, com registros das práticas do hipismo, da esgrima, da caça, das lutas, da natação e de uma atividade no século III, que pode ter dado origem ao futebol de hoje, o tsu-chu.

A obra intitulada Os exercícios físicos na história e na arte, de Jayr Jordão Ramos, publicada em 1982, relata várias passagens importantes do esporte na Antiguidade. Dentre elas, destacamos:

No Egito, a prática esportiva foi bastante evidenciada. A luta livre, o boxe, o arco e flecha, a esgrima, as corridas e os saltos, disputando primazia com a natação e o remo, foram os esportes de maior aceitação.

Os povos mesopotâmicos, particularmente os assírios e babilônios, pelas suas condições de vida, cheias de imprevistos e em busca constante de novas aventuras, cultivavam exageradamente a força, a agilidade e a resistência, entregando-se a atividades utilitárias.

Os hititas, povos de origem incerta, destacaram-se em todos os exercícios utilitários, sendo cavaleiros muito bons..

Os hindus apresentavam em suas atividades físicas as características médico-higiênicas, fisiológicas, morais, religiosas e guerreiras.

Os japoneses, cujas atividades físicas estavam relacionadas ao mar, em função das condições geográficas da região, desenvolviam também as atividades praticadas pelos guerreiros feudais, conhecidas como samurais.

De acordo com Oliveira (1983, p. 19), na região situada entre os rios Tigre e Eufrates, estavam os sumérios, os caldeus ou babilônios e os assírios, que cultuavam a força física e a resistência física. Eles desenvolveram a formação guerreira a partir de um adestramento no uso do arco e flecha, na prática da equitação, na luta etc.

Tubino (1992, p. 18) sustenta que assírios, caldeus, hebreus, medas, persas, fenícios e hititas tinham práticas físicas ou esportivas fundamentalmente utilitárias, sempre relacionadas às guerras com as quais invariavelmente se envolviam.

O esporte grego

Os gregos reconheciam a prática da atividade física, evidenciando os jogos e os enfrentamentos competitivos, como uma forma de preservar a saúde, um meio para adquirir a beleza e a força física, um caminho para ser reconhecido e instituir status social. Também era uma forma de treinamento para as guerras.

Os eventos que envolviam a atividade física na Grécia tinham uma finalidade educativa e faziam parte das cerimônias religiosas da época. O principal objetivo era reverenciar os deuses.

Os Jogos Gregos marcaram o conceito inicial dos esportes. Nesse período, eram disputados os Jogos Fúnebres, os Jogos Píticos, os Jogos Ístmicos, os Jogos Nemeus e os Jogos Olímpicos.
Os Jogos Fúnebres eram realizados durante os funerais de personagens notáveis. Algumas cidades, como Atenas, realizavam tais certames para honrar seus guerreiros caídos em combate.

Os Jogos Píticos, segundo Tubino (1992, p.30), disputados em homenagem a Apolo, foram criados em 528 a.C. Eram os mais antigos e compreendiam, além das provas esportivas, as competições de poesia, canto e música. Esses jogos eram celebrados em Delfos e o prêmio, que inicialmente era sob a forma de recompensa em dinheiro, passou a ser um ramo de cedro. Mais tarde, foi substituído por uma coroa de louros.

Os Jogos Ístmicos, relata Tubino (1992, p. 30), eram disputados em Corinto. A cada dois anos, havia as mesmas provas que os Jogos Olímpicos, com ligeiras adaptações. Nesses jogos, também existiam competições artísticas e intervenções de poetas e historiadores. Os vencedores recebiam uma coroa de aipo silvestre; tempos depois, essa premiação foi trocada por dinheiro.

Um dos aspectos mais importantes desses jogos foi que, ao lado dos Jogos Olímpicos, propiciaram tréguas nas guerras para o desenvolvimento das competições. Esses jogos eram realizados em honra a Poseidon, deus do mar, conhecido pelos romanos como Netuno.

Os Jogos Nemeus de acordo com Ramos (1982, p.140), eram realizados em Philius, na Nemeia, de dois em dois anos, em honra do Zeus de Kleonae. No início, tinham significação fúnebre, pois foram instituídos em honra do filho de Licurgo, morto por uma serpente.

Os atletas competiam classificados pela idade, em três categorias, nas corridas de estádio e hípica, na luta, no pugilato, no pancrácio e no pentatlo. Os concursos artísticos completavam a programação. Os vencedores recebiam uma coroa de mirto.

Os Jogos Olímpicos eram desenvolvidos em Olímpia, na Elida, de quatro em quatro em anos, em homenagem a Zeus (Júpiter), rei dos deuses. Foram disputados 293 vezes, durante 12 séculos, entre 776 a.C. e 394 d.C. (para alguns autores 393 d.C.).

Os jogos eram anunciados por arautos (portadores da trégua), que viajavam por toda a Grécia para anunciar “a trégua sagrada”, que suspendia as guerras e divulgava o início da competição. Na organização dos jogos, existia uma regulamentação precisa, dirigida pelos chamados “helenoices”. Eram pessoas de grande respeito entre os gregos e que se encarregavam de todos os aspectos organizacionais, até mesmo treinamento dos indivíduos que participavam como árbitros ou atletas.

Diem (1966 apud RAMOS, 1982, p. 133) afirma que os bárbaros e os escravos podiam assistir aos jogos, ao contrário das mulheres casadas. As infrações eram castigadas com a morte, havendo exceção apenas para as sacerdotisas casadas. Ramos (1982) comenta que, no começo, os atletas usavam apenas um pequeno calção. A partir da XV Olimpíada (720 a.C.), passaram a competir inteiramente nus. Após a vitória, o vencedor apresentava-se ao árbitro, que colocava em sua cabeça um fio de lã púrpura e lhe entregava uma palma que significava a eterna juventude.

O vencedor, considerado como o preferido dos deuses, recebia solenemente como prêmio uma coroa de ramo de oliveira silvestre.

Conforme a época, algumas recompensas foram outorgadas, como estátua no Altis (bosque sagrado), honras políticas, isenção de impostos, pensões vitalícias e dinheiro, dentre outras.

Após um período de profunda decadência, os Jogos Olímpicos foram abolidos em 394 d.C., pelo imperador romano Teodosio I, que se converteu ao cristianismo e proibiu os cultos pagãos. Flavius Theodosius (347/395 d.C.), conhecido por Teodósio I e chamado por alguns de “O grande”, foi o último imperador a governar as porções oriental e ocidental do Império Romano. Tornou o Cristianismo a religião oficial do Império e autorizou decretos banindo o paganismo dos territórios romanos. Por causa dessas leis, muitas pessoas morreram violentamente, monumentos gregos foram depredados e vários templos antigos e a biblioteca do Serapeum de Alexandria foram destruídos (RAMOS, 1982).



O esporte romano

Para um melhor entendimento do que ocorreu em Roma quanto à prática de atividades físicas, Ramos e Marinho (1983 e 1980 apud TUBINO, 1992, p. 37) estabeleceram três períodos distintos: o tempo de monarquia, o tempo dos cônsules e início das grandes conquistas e o tempo do império.

Tempo de monarquia: foi compreendido desde a fundação da cidade, em 753 a.C., até 510 a.C.; os exercícios físicos eram intencionalmente conduzidos para a preparação militar, recebendo muita influência dos etruscos.

Tempo dos cônsules e início das grandes conquistas: período em que foram incorporados ao repertório de atividades físicas, de predominância guerreira, os exercícios físicos de características higiênicas e esportivas. Foi o período de grandes conquistas, de 510 a.C. ao ano de 30 a.C.

Tempo do império: esse terceiro período, de 30 a.C. a 476 d.C., compreende a glória e a decadência do império romano; as atividades físicas já desenvolvidas anteriormente permaneceram, até que foram aos poucos substituídas pelos cruéis espetáculos circenses de gladiadores e naumáquias (simulações de batalhas navais).

Durante esses três períodos, escritores, escultores e arquitetos romanos deixaram um enorme acervo cultural ligado aos registros das práticas físicas e esportivas.

O autor afirma que os romanos caracterizam-se pelos locais especializados para estas práticas, como as termas, o circo, o anfiteatro e o estádio. Os romanos também são lembrados pelas festas conhecidas como jogos circenses, que se constituíram em jogos públicos e foram abolidos em 521 d.C. depois da invasão dos bárbaros. Esses jogos circenses eram inúmeros: os decenales, os capitólios, os acciacos, os quinquenales, os megalésios, os cesáreos, os florales, os campitalianos, os apolinários, os romanos, dentre outros. No entanto, o império romano foi, pouco a pouco, entrando em decadência e o movimento esportivo acompanhou esse caminho, deturpando até mesmo o sentido do esporte, extraordinariamente cultivado pelos gregos.

Segundo Oliveira (1983, p. 30), a mais antiga instalação esportiva de Roma era o circo, concebido para a realização das corridas de carro (a grande paixão dos romanos), corridas a pé e lutas de gladiadores. O mais antigo desses circos foi o Máximo, construído ainda no império monárquico (século IV a.C.)

O Coliseu foi o mais famoso anfiteatro romano. Teve sua origem no fim do período republicano (509/27 a.C.) e foi idealizado para abrigar festas religiosas e populares.

Tinha capacidade para acomodar 100 mil pessoas (OLIVEIRA,1983, p.30). Oliveira (1983) afirma que tanto os circos como os anfiteatros representam a decadência da civilização romana. No período imperial (a partir de 27 a.C.), transformaram-se nos locais em que multidões entusiasmadas exultavam com as deprimentes exibições dos gladiadores, lutando entre si ou com animais.

Esses locais também foram palco dos degradantes espetáculos de sacrifícios humanos, nos quais os primitivos cristãos eram devorados por feras. Todo esse contexto fazia parte da política conhecido como “pão e circo”. Os imperadores ganhavam a simpatia popular, distribuindo rações diárias de trigo e alienando a plebe com esses artifícios “esportivos”, de inspiração ideológica.


Pesquisa realizada e adaptada por:  Prof. Raul Vaz da Silva Neto – Educação Física (2012). Curso Olimpíada e Cidadania - Fascículo 2 

Um comentário:

Transformando Suor em Ouro - Bernardinho NO VOLEI E NA VIDA

Frases extraídas de seu livro:


Compreender a importância da instrução no desenvolvimento cultural e profissional.

Dedicar-se com obstinação, na busca de um objetivo.

Entender a paixão como fator essencial de motivação.

Superar as limitações pessoais pela disciplina.

Nunca esquecer que a vaidade é inimiga do espírito de equipe.

Buscar o "brilho da vitória" no olhar de seus colaboradores.

Trabalhar a perseverança, a obstinação, não desistindo nem recuando diante de obstáculos.

Desenvolver o senso de observação.

Entender que o sentido de coletividade é mais importante do que eventuais centelhas individuais.

Combater o desperdício de talento.

Falhe ao planejar e estará planejando falhar.

Monitorar constantemente sua vaidade.

Treinar ao nível extremo significa desenvolver ao máximo sua capacidade de realização.

Detectar e desenvolver talentos é uma das principais atribuições do líder.

Estudar, ler, observar, questionar constituem o processo de preparação.

Assumir o desafio de, ao encontrar um time pronto, conquistar as pessoas e fazer delas o "SEU" Time.

Lembrar-se sempre de que o talento, por si só, não basta.

Boas performances dependem de conteúdo (fruto de preparação) + entusiasmo (fruto da paixão).

Encarar os desafios como grandes oportunidades.

Não prometer o que não pode ou não pretende cumprir.

Entender a importância de todas as peças, mesmo as "consideradas" menos importantes.

Criar metas ideais.

Acreditar na força transformadora do efeito pigmalião (quanto mais o chefe mostrar que acredita no potencial de seus colaboradores e se dedicar a eles, maior será sua produtividade)

Não rotular as pessoas.

Concertrar-se no condicionamento, nos fundamentos e na união para a formação de uma equipe vitoriosa.

Trabalhar para fortalecer a parte emocional, de forma a não perder o foco na execução de uma tarefa.

Tentar entender os porquês de uma derrota, assumir suas responsabilidades e seguir em frente.

Inconformismo, insatisfação - sem isso, não se dá um passo à frente.

Não existem atalhos para o sucesso, mas o trabalho intenso é a estrada mais curta.

Errar na forma é aceitável, mas nunca na intenção.

O questionamento é uma grande fonte de crescimento, e o crescimento permanente, uma grande fonte de satisfação.

Entender a importância do trabalho em equipe (Team Work)

Incentivar lideranças.

Manter a motivação sempre elevada.

Preservar e buscar se superar constantemente.

Trabalhar o comprometimento e a cumplicidade entre as peças da "grande engrenagem".

Disciplina e Ética são hábitos que perpetuam os bons resultados.

Assumir responsabilidades e tentar extrair lições das derrotas para não repetir os erros.

O verdadeiro líder deve se manter sempre atento aos seus colaboradores.

Tentar evitar as armadilhas do sucesso.

Ter consciência coletiva exige desprendimento, solidariedade, companheirismo e espírito de equipe.

Uma equipe nem sempre é formada pelos melhores, mais capazes, mas sim pelos colaboradores certos.

Uma equipe vencedora tem sempre bons reservas.

Ter senso de urgência. (realizar cada tarefa como se fosse a mais importante. Jogar cada ponto como se fosse o decisivo.)

Entender que a condição de favoritismo atribuída a nós por outros deve servir como sinal de alerta.

Saber que as vitórias do passado só garantem uma coisa: grandes expectativas e maiores responsabilidades.

Criar zonas de desconforto para afugentar a armadilha do sucesso e testar o comprometimento dos vitoriosos.

Conscientizar-se de que o verdadeiro campeão controla a vaidade para que, como um autêntico TEAM PLAYER, eleve o nível de atuação de todos à sua volta.

Um trabalho de preparação meticuloso é o caminho mais curto para a vitória.

É importante que os "primeiros da classe" se preparem com a mesma intensidade daqueles que os perseguem, caso contrário serão alcançados e provavelmente ultrapassados.

Optar pelas pessoas certas e não pelas mais talentosas.

Focar no trabalho de equipe.

Fomentar as lideranças no grupo.

Treinamento extremo. (nada substitui o treinamento)

Buscar equilíbrio entre cobranças e condições externas.

Atenção ao sucesso e suas armadilhas.

Buscar constantemente a excelência.

Bernadinho, Técnico da Seleção Brasileira de Vôlei - Masculino Adulto.




TEM WORK

"Se não houver paixão, se não houver comprometimento, tudo o mais é inútil".

"A Expectativa gera responsabilidade, o que leva à necessidade de mais trabalho e a uma atenção ainda maior aos detalhes".

"O Sucesso tem muitos pais, mas o fracasso é quase órfão".