sábado, 25 de junho de 2011

Saúde - Especializações Precoce

Tornou-se um fato comum: meninos de 10 ou 11 anos, com o apoio de seus responsáveis, assinando contrato com clubes de futebol. Outras modalidades ainda não aderiram a tamanho radicalismo, mas já procuram novos talentos que estão no início da adolescência. Essa situação significa que, desde cedo, a criança é vista como um futuro atleta (e é cobrado dela que seja um).
O renomado doutor João Batista Freire, autor do livro Pedagogia do Futebol, afirma que a inserção de crianças em categorias de faixa etária superior à sua não ocasiona maiores transtornos a elas. Entretanto, Freire se refere a casos em que as “escolinhas” têm um caráter meramente formativo, não visando ao alto rendimento. Assim, essa teoria não se aplica à inserção em categorias de base de equipes profissionais.
Os meninos e meninas que iniciam a carreira de atleta muito precocemente, de certa forma, não vão usufruir os vários benefícios inerentes ao jogo, como o caráter lúdico, a sociabilidade, a consciência corporal e o respeito às regras. Essas crianças vivem outro tipo de prática esportiva: aquela permeada por cobranças, rigor, seriedade, enfim, pela busca da vitória a qualquer custo. Ou seja, aquilo que deveria ser algo divertido, relacionado ao lazer, passa a exigir uma grande responsabilidade da criança, que, abruptamente, passa a ver essa atividade como trabalho.
Mesmo o ganho no desenvolvimento físico é bastante questionável. Atletas que iniciaram a carreira prematuramente — como o jogador Ronaldo, por exemplo — apresentam um alto índice de lesões, principalmente articulares e musculares, decorrente do excessivo esforço físico e do constante choque com outros atletas.
Hoje, há um consenso com relação ao fato de que, para ser um atleta de ponta, é necessário aprender a conviver com a dor. Independentemente da modalidade, são raros os casos em que o jogador chega à idade-ápice (entre 25 e 30 anos) sem ter tido pelo menos uma lesão grave. Em algumas situações, jovens atletas renomados e com um futuro promissor em sua modalidade são obrigados a encerrar a carreira em virtude de lesões crônicas — que, às vezes, chegam a ocasionar mutilações. E a principal causa dessas constantes e sérias lesões é o início precoce numa atividade física profissional.
Outra questão problemática é a ética. Embora o caráter lúdico desperte na criança o gosto pelo esporte (podendo mais tarde se tornar um hábito que proporciona qualidade de vida e saúde), a prática precoce nas categorias de base dos clubes profissionais e até em algumas “escolinhas” estimula uma competitividade exacerbada. Burlar regras, usar as infrações como recurso do jogo, ingerir substâncias ilícitas para aumentar o rendimento e falsificar documentos alterando a idade são fatos comuns nesse tipo de prática esportiva que precede o profissionalismo, e as crianças acabam acostumando-se com esse tipo de atitude.
Outro caso que tem se acentuado nos últimos anos não diz respeito ao esporte em si, mas à procura pelas academias de ginástica. Se anteriormente a preocupação com a estética era típica da adolescência, hoje também desperta o interesse das crianças. E a atividade mais procurada é a musculação, pois proporciona ganhos de forma mais rápida. Entretanto, os equipamentos são construídos para indivíduos adultos, podendo causar danos posturais à criança. Além disso, o esforço repetitivo com grandes cargas pode ocasionar lesões crônicas; e o trabalho com peso, inibir o crescimento ósseo. Assim, é recomendado que a criança vivencie a prática da musculação apenas de forma lúdica, ou seja, como uma brincadeira, com cargas simbólicas (isto é, sem peso algum), visando, sobretudo, à ambientação.
Nesse sentido, cabe uma reflexão sobre a necessidade (ou não) da especialização precoce de crianças e adolescentes em se tratando de práticas físicas. A princípio, a recomendação geral é simples: moderação. Essa é a palavra-chave.

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Transformando Suor em Ouro - Bernardinho NO VOLEI E NA VIDA

Frases extraídas de seu livro:


Compreender a importância da instrução no desenvolvimento cultural e profissional.

Dedicar-se com obstinação, na busca de um objetivo.

Entender a paixão como fator essencial de motivação.

Superar as limitações pessoais pela disciplina.

Nunca esquecer que a vaidade é inimiga do espírito de equipe.

Buscar o "brilho da vitória" no olhar de seus colaboradores.

Trabalhar a perseverança, a obstinação, não desistindo nem recuando diante de obstáculos.

Desenvolver o senso de observação.

Entender que o sentido de coletividade é mais importante do que eventuais centelhas individuais.

Combater o desperdício de talento.

Falhe ao planejar e estará planejando falhar.

Monitorar constantemente sua vaidade.

Treinar ao nível extremo significa desenvolver ao máximo sua capacidade de realização.

Detectar e desenvolver talentos é uma das principais atribuições do líder.

Estudar, ler, observar, questionar constituem o processo de preparação.

Assumir o desafio de, ao encontrar um time pronto, conquistar as pessoas e fazer delas o "SEU" Time.

Lembrar-se sempre de que o talento, por si só, não basta.

Boas performances dependem de conteúdo (fruto de preparação) + entusiasmo (fruto da paixão).

Encarar os desafios como grandes oportunidades.

Não prometer o que não pode ou não pretende cumprir.

Entender a importância de todas as peças, mesmo as "consideradas" menos importantes.

Criar metas ideais.

Acreditar na força transformadora do efeito pigmalião (quanto mais o chefe mostrar que acredita no potencial de seus colaboradores e se dedicar a eles, maior será sua produtividade)

Não rotular as pessoas.

Concertrar-se no condicionamento, nos fundamentos e na união para a formação de uma equipe vitoriosa.

Trabalhar para fortalecer a parte emocional, de forma a não perder o foco na execução de uma tarefa.

Tentar entender os porquês de uma derrota, assumir suas responsabilidades e seguir em frente.

Inconformismo, insatisfação - sem isso, não se dá um passo à frente.

Não existem atalhos para o sucesso, mas o trabalho intenso é a estrada mais curta.

Errar na forma é aceitável, mas nunca na intenção.

O questionamento é uma grande fonte de crescimento, e o crescimento permanente, uma grande fonte de satisfação.

Entender a importância do trabalho em equipe (Team Work)

Incentivar lideranças.

Manter a motivação sempre elevada.

Preservar e buscar se superar constantemente.

Trabalhar o comprometimento e a cumplicidade entre as peças da "grande engrenagem".

Disciplina e Ética são hábitos que perpetuam os bons resultados.

Assumir responsabilidades e tentar extrair lições das derrotas para não repetir os erros.

O verdadeiro líder deve se manter sempre atento aos seus colaboradores.

Tentar evitar as armadilhas do sucesso.

Ter consciência coletiva exige desprendimento, solidariedade, companheirismo e espírito de equipe.

Uma equipe nem sempre é formada pelos melhores, mais capazes, mas sim pelos colaboradores certos.

Uma equipe vencedora tem sempre bons reservas.

Ter senso de urgência. (realizar cada tarefa como se fosse a mais importante. Jogar cada ponto como se fosse o decisivo.)

Entender que a condição de favoritismo atribuída a nós por outros deve servir como sinal de alerta.

Saber que as vitórias do passado só garantem uma coisa: grandes expectativas e maiores responsabilidades.

Criar zonas de desconforto para afugentar a armadilha do sucesso e testar o comprometimento dos vitoriosos.

Conscientizar-se de que o verdadeiro campeão controla a vaidade para que, como um autêntico TEAM PLAYER, eleve o nível de atuação de todos à sua volta.

Um trabalho de preparação meticuloso é o caminho mais curto para a vitória.

É importante que os "primeiros da classe" se preparem com a mesma intensidade daqueles que os perseguem, caso contrário serão alcançados e provavelmente ultrapassados.

Optar pelas pessoas certas e não pelas mais talentosas.

Focar no trabalho de equipe.

Fomentar as lideranças no grupo.

Treinamento extremo. (nada substitui o treinamento)

Buscar equilíbrio entre cobranças e condições externas.

Atenção ao sucesso e suas armadilhas.

Buscar constantemente a excelência.

Bernadinho, Técnico da Seleção Brasileira de Vôlei - Masculino Adulto.




TEM WORK

"Se não houver paixão, se não houver comprometimento, tudo o mais é inútil".

"A Expectativa gera responsabilidade, o que leva à necessidade de mais trabalho e a uma atenção ainda maior aos detalhes".

"O Sucesso tem muitos pais, mas o fracasso é quase órfão".